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Quase 50% dos servidores do TJRR são mulheres

Elas ocupam 478 dos 996 cargos existentes no Tribunal e cerca de 40% das funções de confiança.

 

Fotos: Acervo pessoal

Foto da tenente coronel da Polícia Militar de Roraima Valdeane Alves de Oliveira segurando uma espada, e quatro policiais de pé atrás dela.

 

 

O Dia Internacional da Mulher foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Apesar do comércio ter relacionado a data à venda de presentes, é importante ressaltar que o dia 8 de março é sobre igualdade de direitos.

A participação feminina no Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) é quase equivalente à masculina. Dados da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) revelam que as mulheres ocupam 478 dos 996 cargos existentes no Tribunal e cerca de 40% das funções de confiança. Além disso, elas são maioria entre os Assessores Jurídicos.

Liliane Cristina Silva e Silva é técnica judiciária e trabalha há mais 20 anos no TJRR. Ela ainda recorda o dia de sua posse. “A minha mãe disse que não iria porque não tinha roupa para a ocasião. Eu até me emociono, quando lembro. Eu fui sozinha. Voltei para casa, feliz e realizada”, contou.

Foto da técnica judiciária Liliane Cristina Silva e Silva, sentada de frente á um computador que está sobre uma mesa que também têm canetas e livros em cima dela,no canto. na parede do fundo há um quadro branco.

 

Ela conta que sempre quis ser servidora do Poder Judiciário. “Vi construírem o prédio. Sempre que eu passava na frente, dizia que, um dia, trabalharia aqui. Com muita garra, algo que nós mulheres temos de sobra, eu realizei esse sonho”.

Segundo Liliane, mulheres não devem ser incumbidas de tarefas menos complexas ou intuitivas, pois são tão capazes quanto os homens. “Eu tenho orgulho de estar aqui e me sinto muito valorizada. No Tribunal, existe respeito e igualdade de direitos”, revelou.

Atualmente, temos magistradas à frente de cargos importantes. A desembargadora Tânia Vasconcelos é corregedora-geral de Justiça, a desembargadora Elaine Bianchi assumiu a direção da Escola do Poder Judiciário e a juíza Lana Leitão Martins a direção do Fórum Criminal.

Juízas atuam em grupos de trabalho, comissões e comitês, que asseguram desde a equidade da participação feminina no âmbito do Judiciário Roraimense até a valorização da maternidade e a segurança da mulher em situação de violência doméstica e familiar.

Quase 50% do quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) é composto por mulheres, cujos salários são exatamente iguais aos dos homens que ocupam os mesmos cargos e possuem as mesmas atribuições.

Para a juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro, que coordena um grupo de trabalho sobre equidade entre homens e mulheres no Tribunal, é um dado positivo. “Em um país onde as condições de trabalho e a hierarquia nas instituições ainda nos desfavorecem em relação aos colegas do sexo masculino, isso nos orgulha e nos incentiva a irmos além”, disse.

Foto da juíza Graciete Sotto Mayor Ribeiro de pé sorrindo, em frente à uma bancada, com bandeiras no canto da foto.

 

Segundo ela, o grupo era composto apenas por mulheres, quando foi criado. “Éramos eu, representando as magistradas, e as então secretárias geral e de gestão de pessoas. Nos preocupamos não apenas com a quantidade de mulheres no Tribunal, mas também com a representatividade delas em cargos de chefia”.

 

Pioneirismo no Gabinete Militar do TJRR

 

A tenente coronel da Polícia Militar de Roraima Valdeane Alves de Oliveira é a primeira mulher a assumir a chefia do Gabinete Militar do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

Ela diz que ficou lisonjeada com o convite do desembargador Cristóvão Suter, que assumiu a Presidência no início de fevereiro.

“É um momento histórico para a PMRR. Para mim, é uma honra e também um desafio chefiar o Gabinete Militar, responsável pela segurança do Poder Judiciário, dos magistrados”, revelou.

Casada, mãe de dois filhos, a tenente coronel ingressou na Polícia Militar como soldado, em 2000, no primeiro concurso público que incluiu mulheres na corporação.

No ano seguinte, ela fez concurso para oficial e foi aprovada em segundo lugar. Fez o Curso de Formação em Brasília e, em 2003, foi declarada aspirante e retornou ao Estado. Ao longo desses anos, assumiu diversos cargos importantes dentro da PMRR.

“As mulheres, hoje, ocupam cargos importantes na administração pública e isso é maravilhoso. A minha trajetória dentro da corporação, composta em sua maioria por homens, não foi fácil. Fui pioneira. Abri caminhos para que outras mulheres possam chegar onde eu cheguei”, declarou.

 
 
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