O grupo, formado por servidores voluntários, prestou assistência a todos que fizeram a notificação de Covid-19, desde magistrados até prestadores de serviços e familiares
Foto: Orib Ziedson
O trabalho busca disponibilizar, além do acompanhamento médico, orientação sobre como proceder e levar conforto para as pessoas que estão enfrentando e doença
Uma ação de união e voluntariado que gerou resultados positivos e até salvou vidas. Durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), servidores do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima) se mobilizaram em uma "Rede de Apoio e Combate". O trabalho veio para agregar e dar mais segurança na área médica e principalmente no âmbito emocional de magistrados, servidores, prestadores de serviço, estagiários e familiares que precisassem de apoio.
A Rede foi criada também como um reforço das medidas de segurança adotadas pelo Poder Judiciário desde março deste ano, quando iniciou a crise mundial de saúde. No total, foram realizados 755 atendimentos entre pacientes confirmados, testados e pessoas internadas.
Todo esse trabalho foi coordenado pela SGP (Secretaria de Gestão de Pessoas) do TJRR. A Secretária de Gestão de Pessoas, Bruna França, explicou que o trabalho antes de tudo foi realizado com muito critério e dedicação. Foram recrutados voluntariamente servidores de diversos setores do Poder Judiciário, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais e demais áreas.
“Mesmo com a maioria de magistrados e servidores em regime de teletrabalho, o número de contaminados foi crescendo vertiginosamente em um curto espaço de tempo. Com isso, fomos em busca de ajuda e de voluntários para a criação desta Rede”, explicou a secretária.
Ela relata ainda que quando começaram a surgir os casos, um levantamento da estrutura de atendimento de saúde que o Tribunal dispunha foi realizado. A partir daí, a Rede começou a ser materializada.
Com base nesse levantamento e com a criação da rede, um protocolo para dar agilidade ao atendimento foi criado no TJRR. “Seguindo este protocolo, todo o trabalho foi viabilizado para ser feito por meio remoto, via SEI [Sistema Eletrônico de Informações], onde todas as receitas e consultas são viabilizadas a distância para agilizar o processo”, detalhou.
Segundo a subsecretária de Saúde, Ivy Amaro, o monitoramento é feito três vezes na semana ou todos os dias, dependendo do caso. “Fazemos, inclusive, visitas in loco na casa ou no hospital, em casos de internações para ter certeza que os pacientes estão recebendo o acompanhamento necessário”, frisou.
Uma das voluntárias da Rede, a servidora Kárisse Blóss, relata que os atendimentos às vezes eram feitos até de madrugada. “Já teve caso que realizei acompanhamento às 3 horas da madrugada, porque o caso demandava um cuidado ainda maior”, comentou.
Para quem foi acompanhado, o resultado foi considerado excelente. O servidor Hedeson Silva, que atua na Subsecretaria de Sistemas Administrativos do TJRR, afirma que desde o diagnóstico positivo para Covid-19 ele teve todo apoio e foi monitorado de perto.
“A pessoa que estava me acompanhando fez todos os pedidos de exames por mim. Quando eu questionava alguma coisa, ela prontamente me inseria no sistema já solicitando algum exame ou algum outro tipo de apoio. Por exemplo: consegui alguns medicamentos que eram caríssimos, que se eu fosse comprar seria uma despesa imensurável. A Rede conseguiu que o próprio plano de saúde me disponibilizasse. Acredito que se não tivesse tido esse acompanhamento, meu caso poderia ter sido muito pior, pois tive complicações, e fiquei com 25% do pulmão comprometido”, relatou o servidor.
No total, a rede conta com 44 voluntários que ainda estão em pleno atendimento às pessoas que ainda estão precisando de monitoramento devido aos problemas de saúde provocados pela Covid-19.