Os serviços foram coordenados pela Operação Acolhida do Exército, com o apoio da Neuroscan e da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Fotos: Nucri
Mais de 120 pessoas, entre adultos e crianças, receberam atendimentos como exames e consultas médicas
Como forma de amenizar o sofrimento de imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil com graves problemas de saúde, o TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima), por meio da Vara da Justiça Itinerante, foi parceiro em mais uma ação humanitária promovida pela Operação Acolhida, desenvolvida pelo Exército, para esta população.
A atividade ocorreu neste último fim de semana, com serviços de voluntários que atenderam mais de 120 imigrantes, entre adultos e crianças. Eles receberam atendimentos médicos, exames laboratoriais e de imagens, que incluíram ultrassonografia, ressonância magnética e raio x. Os exames e atendimentos foram realizados com o apoio da clínica Neuroscan, localizada no Centro de Boa Vista, que também é parceira na ação. O MPRR (Ministério Público do Estados de Roraima) e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias também tiveram participação na atividade conjunta.
Para a imigrante Ana Maria Luzes, de 51 anos, que atualmente luta contra um câncer, poder realizar o acompanhamento é um grande benefício. “Estou com o meu filho há dois meses no Brasil e essa oportunidade não tínhamos lá na Venezuela. Agradecemos demais esse momento. É muita bondade por parte do povo brasileiro”, agradeceu a imigrante.
O presidente do TJRR, desembargador Mozarildo Cavalcanti, que esteve acompanhando os trabalhos com a Itinerante, destaca que para o Poder Judiciário, poder participar efetivamente de ações como esta é mais que uma contribuição, é dever. “O Tribunal de Justiça, por meio da Vara Itinerante, tem realizado um trabalho contínuo junto aos imigrantes que necessitam, principalmente quando o assunto é documentação, pois possibilita a eles o acesso a todos os demais serviços no Brasil”, explicou.
A médica do Poder Judiciário e uma das coordenadoras da ação, Mariângela Andrade, informou que a atividade faz parte do projeto “Caravana de Ação Humana de Justiça e Fé”, e nasceu da necessidade de assistir, principalmente as pessoas com deficiência e com doenças graves que estavam nos abrigos sem a devida assistência.
“Estavam em situações difíceis, alguns convulsionando, sem remédio. Temos casos de crianças há dois anos nos abrigos necessitando de acompanhamento. Estamos desde outubro intensificando esse trabalho. Agradecemos a clínica Neuroscan, que ajudou na realização. Abriram no fim de semana especialmente para esta ação, disponibilizando consultórios e atendimentos nas áreas de neurologia, infectologia, pediatria clínica e exames”, detalhou a médica.
Representando a “Operação Acolhida”, que também coordenou a ação, a tenente-coronel Andreia Firmo, que é chefe da Célula de Assuntos Civis da Operação, acredita que todos devem contribuir para garantir mais qualidade de vida aos imigrantes. “Estamos apoiando a caravana da Ação Humana de Justiça e Fé. A união de todos é necessária para que possamos garantir o bem-estar para aqueles que necessitam”, comentou.
A missionária da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Alessandra Mirra, completou que a demanda por uma assistência mais especializada já era esperada. “Desde o início sabíamos que a saúde nos abrigos era um problema, pois estava muito pressionada. Doamos medicamentos para acolhida e estamos colaborando como podemos. Ações como esta evitam até que os problemas sejam judicializados. Assim conseguimos cumprir nosso objetivo, que é aliviar o sofrimento e promover a autossuficiência”, comentou.