Ferramentas sobre gestão processual e até aplicativos para pessoa com deficiência auditiva estiveram entre os temas apresentados
Fotos: Orib Ziedson e Antonio Diniz
A programação do Justiça 4.0 ofereceu temas voltados para pessoas interessadas na área de Tecnologia, Direito e Social
Como parte da programação do Justiça 4.0 – Inteligência Artificial e Soluções Tecnológicas do Poder Judiciário, realizado nesta terça-feira, dia 17, os participantes puderam ainda acompanhar explanações sobre soluções tecnológicas por palestrantes nacionais ligados à IA.
O primeiro a ocupar o palco do evento, o advogado e consultor da área de transformação digital no setor público, Ademir Piccolli, com a palestra “Justiça 4.0”, abordou as inovações na área jurídica.
“Está acontecendo um movimento pela inovação dentro do judiciário, e isso vai fazer toda a diferença. Vamos passar dessa fase, que por longos anos o judiciário persegue para a questão das metas, e melhorar a celeridade”, afirmou.
Na sequência, as informações repassadas aos presentes no evento foram do professor doutor Fabiano Hartmann, que ministrou a palestra “Algoritmos e Inteligência Artificial no Direito: apoio à decisão e otimização dos fluxos na gestão processual”.
Ele destaca a Inteligência Artificial como uma ferramenta de ganho em confiança e celeridade para o resultado final, que é a entrega da justiça em tempo razoável. “Com os padrões preexistentes, ela aprende a predizer o futuro. É uma ferramenta que auxilia a gestão futura. A IA vem revolucionando o Judiciário como um todo”, afirmou.
Com o terceiro tema da noite, o juiz federal Rafael Leite falou ao público sobre “Inteligência Artificial e Futuro do Poder Judiciário”. O magistrado atua na 5ª Vara Federal de Manaus (AM), onde desenvolveu robôs e aplicativos que auxiliaram na automação das tarefas, ampliando a eficiência de magistrados e servidores na prestação jurisdicional.
Leite falou sobre a perspectiva da influência dessas novas tecnologias na atuação do judiciário. “O judiciário pode seguir e, principalmente, provocar na cabeça dos operadores do Direito a necessidade de uma nova forma de pensar a atuação, que deve, necessariamente, englobar essas novas tecnologias”, observou.
Encerrando as novidades da noite sobre o que há de mais avançado em tecnologia, o engenheiro de Software da Map Inovation do estado do Amazonas, Marcel Cunha, apresentou o ‘Giulia’, um aplicativo para a pessoa com deficiência auditiva.
“É um aplicativo que interpreta o sinal feito pelos surdos; e que fala. Então, é possível fazer que um funcionário com problemas auditivos consiga interagir com uma pessoa ouvinte. A ideia também é usar o Giulia como 'totem de atendimento', ou seja, uma unidade fixa, onde a pessoa surda consegue interagir e tem todas as informações em Libras [Linguagem Brasileira de Sinais]”, explicou, ao destacar que no judiciário o Giulia pode auxiliar as pessoas com deficiência auditiva por meio do atendimento automatizado.
“O usuário põe o número do processo, tudo escrito em libras, e vai tendo o atendimento todo em libras. A aplicação tem a capacidade de traduzir voz e texto para sanar momentos em que o deficiente não possui um intérprete presente”, explicou. O aplicativo deverá ser incorporado às ferramentas do judiciário roraimense para atender a esse público específico.
Depois das palestras, os participantes que puderam acompanhar de perto todas as novidades durante o Justiça 4.0 avaliaram como a evolução tecnológica pode impulsionar o desenvolvimento no judiciário.
Para o advogado Luiz Fernando, o evento foi esclarecedor. “Mostrou que o TJRR está aberto a inovações, visando produtividade e qualidade. Todos os envolvidos estão de parabéns. Acho importante que o poder Legislativo também vai poder se inspirar no que há de tecnologia e também implantar”, comentou.
O servidor do TJRR, Jhonatas Apolônio, disse que o evento chama a atenção para tudo que ainda está por vir. “Vamos colocar em prática todas essas soluções e sistemas apresentados aqui, e vai ajudar muito os servidores do Tribunal de Justiça e a população de Roraima”, destacou.