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COMBATE À VIOLÊNCIA - Mais de 200 crianças são certificadas pelo programa Maria Vai à Escola

 
 
Durante a execução do programa nas escolas de ensino fundamental da Capital, as crianças discutem dentro de sala de aula questões de igualdade, respeito e a cultura da paz
 
 
Fotos: Antonio Diniz
Crianças da Escola Valdemarina Normando Martins, em cerimônia de entrega dos certificados do Maria Vai à Escola, realizada no  no auditório do Fórum Advogado  Sobral Pinto
Os estudantes receberam a certificação durante solenidade da programação da Semana pela Paz em Casa, no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto
 
 
 
 
Com base na Lei Maria da Penha, que prevê no artigo 8º a promoção de ações educativas e preventivas com o objetivo de diminuir os índices de violência contra a mulher, o Poder Judiciário de Roraima aposta na transformação a partir do conhecimento. 
 
Com isso, o programa “Maria vai à Escola”, desenvolvido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima), realizou na tarde desta última terça-feira, dia 20, a entrega de mais 240 certificados a crianças que cursam o 5º ano do Ensino Fundamental da escola Valdemarina Normando Martins, no bairro Caranã, e que participaram do programa no último semestre. A entrega ocorreu no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto.   
 
Para receber a certificação, os estudantes passaram por aulas, ministradas por professores capacitados pelo TJRR, com o intuito de estimular a participação ativa das crianças, que, a partir do aprendizado, podem expressar as opiniões, construindo redações e cartazes abordando a temática discutida na escola.
 
A chefe do Setor de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do TJRR, a pedagoga Aurilene Mesquita, destacou que cada escola atendida é um desafio positivo para as equipes do programa, pois as instituições possuem realidades diferentes. 
 
“Em outros estados ele é em formato de palestras, aqui tem uma configuração de oito aulas dinâmicas que abordam temas como: o estudante no contexto familiar; novos arranjos familiares; o papel de homens e mulheres na sociedade; igualdade e direitos humanos; violência doméstica e a Lei Maria da Penha”, destacou.  
 
O estudante Bruno Pereira, de 12 anos, disse que considerou proveitoso o conteúdo repassado durante as aulas.  “Foi muito bom. Aprendemos sobre direitos humanos, violência doméstica, muita coisa. Eles [os professores] ajudam nosso desenvolvimento com essas informações. Aprendi também que não devemos agredir as mulheres, porque somos iguais”, afirmou.
 
A também estudante da Escola Valdemarina, Larissa Magalhães disse que o que ficou gravado durante as aulas está relacionado aos tipos de violências. “Aprendemos que existe a violência doméstica, psicológica, moral e física. Tem que ter respeito, educação e nunca bater”, comentou, ressaltando que os homens devem respeitar as mulheres e as mulheres devem respeitar os homens também.
 
 
Para a secretária-adjunta da Educação Municipal, Maria Consuelo, a parceria com o Poder Judiciário é importante para o aprendizado das crianças. “Nessa parceria quem ganha é a sociedade. Os alunos foram privilegiados e aprenderam muito sobre a Lei Maria da Penha. Isso marca a vida deles”, afirmou.
 
O juiz Jaime Plá, a juíza Maria Aparecida Cury, os estudantes da Escola Valdemarina Normando Martins, juntamente com as professores que ministram as aulas do programa
 
A juíza e coordenadora do “Maria Vai à Escola”, Maria Aparecida Cury, reforçou que a mensagem do programa é, principalmente, para que as crianças aprendam sobre o respeito ao próximo. “Nós podemos viver nos respeitando; só vivemos bem se for assim. Conversando a gente consegue resolver as coisas. Se você não consegue resolver, peça ajuda”, frisou.
 
Ao todo, desde o início do projeto, em 2015, já foram atendidas 22 escolas municipais e beneficiadas 2.833 crianças. O “Maria Vai à Escola” busca sistematizar o conhecimento em torno das questões que levam as pessoas à resolução de conflitos por meios violentos, tendo como objetivo maior desconstruir essa visão e implementar a cultura da paz, igualdade e não violência entre todos, homens e mulheres.
 
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