Os atendimentos já passam de 200, e ao final da ação, se for identificada a necessidade, ações de medidas protetivas serão iniciadas
Fotos: Oiran Braga
Por dia, agentes de Proteção do Judiciário Estadual escutam mais de 50 crianças e adolescentes
Com a proposta de garantir os direitos e a segurança de crianças e adolescentes que vivem em situação de risco nas ruas de Boa Vista, a Divisão de Proteção da Vara da Infância e da Juventude do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima) vem realizando durante toda esta semana ações de abordagens e orientações nos arredores da Rodoviária Internacional de Boa Vista, José Amador de Oliveira, localizada no bairro Treze de Setembro.
Os atendimentos estão sendo realizados com crianças e adolescentes imigrantes, e somente nesta quinta-feira, dia 30, mais de 40 crianças foram abordadas. De segunda-feira, dia 27, quando iniciou, até esta quinta, foram mais de 200 atendimentos e a meta é chegar a 255. Em média, por dia, conforme informações da Divisão de Proteção, mais de 50 meninos e meninas são ouvidos pelos agentes de Proteção. O trabalho segue até esta sexta-feira, dia 31.
Conforme a chefe da Divisão de Proteção da Vara da Infância e da Juventude, Lorrane Costa, inicialmente o trabalho consiste em entrevistas, visando avaliar a situação e, se necessário, entrar com ação de medida protetiva para acompanhamento judicial de cada uma dessas crianças e adolescentes que estão residindo de maneira improvisada no local.
“Com essa ação, crianças e adolescentes passam a ser acompanhados, garantindo que direitos violados, decorrentes da própria migração, tais como: falta de documentação civil, regularização de guarda, entre outros, sejam sanados, por meio de encaminhamentos. Além disso, realizamos também o trabalho de orientação e conscientização sobre a não utilização de crianças para a mendicância ou para o trabalho infantil”, informou.
“Quando estávamos vindo não tínhamos ideia de onde a gente ia ficar. Ainda bem que tem esse abrigo provisório [Posto de Triagem da Operação Acolhida, localizado dentro do terreno da Rodoviária], para que possamos passar a noite com um pouco de dignidade. Temos crianças, e é bom saber que a Justiça se preocupa com os pequenos. Nos perguntaram várias coisas importantes sobre escola, vacinas, documentação. Precisamos providenciar para permanecer bem perante as leis brasileiras”, afirmou.