Fotos: Fernando Imaylli
Os estudantes aprenderam sobre como lidar com situações de violência contra mulher
A Coordenadoria Estadual de Violência Doméstica e Familiar do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima), realizou na manhã desta quarta feira, dia 13, no CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima), localizado no Conjunto Cidadão, palestra educativa sobre a Lei Maria da Penha e Violência Doméstica.
O evento, que reuniu seis turmas dos cursos técnicos de Comércio e Serviços Públicos, ocorreu de forma interativa. As duas sessões de palestras foram ministradas pela pedagoga, Aurilene Moura, que destacou a história e luta de Maria da Penha para conseguir a Lei que protege as mulheres, há 12 anos.
“Hoje a Lei Maria da Penha é considerada como a 3° melhor Lei do mundo porque veio para assegurar os diretos das mulheres no âmbito doméstico e familiar, e igualdade entre gêneros. Além disso, foi instituída com o objetivo de mudar a cultura da violência que ofenda a integridade física, psicológica, moral e patrimonial da mulher”, observou Aurilene.
A estudante do curso de Comércio, Milena Ramalho da Silva, disse que aprendeu que não é todo tipo de violência que se enquadra nos termos da Lei Maria da Penha, sendo somente três tipos de relação: íntima de afeto; parentes consanguíneo e de consideração. Também aprendeu que não é só quando o homem agride a mulher que configura Lei Maria da Penha, relação entre casais formados por mulheres também.
Com olhares atentos, eles aprendiam um pouco mais com informações repassadas por meio filme
A coordenadora do curso de Comércio, Élida Bonifácio, destacou a relevância da palestra. “É muito importante que nossos alunos tenham conhecimento sobre todas as questões envolvidas na violência doméstica e familiar, principalmente a Lei Maria Penha, para que tenham conhecimento de como agir em situações presenciadas por eles e para que também possam multiplicar esse conhecimento”, comentou a coordenadora.
A professora Mariana Silva, dos cursos Comércio e Serviços Públicos, também integrados ao Ensino Médio do CBVZO, informou que desenvolve uma atividade com os alunos sobre a desconstrução do senso comuns.
“A gente tem a impressão que todos pensam da mesma forma, as mesmas opiniões sobre determinados temas e esse saber é muito superficial. O que acaba reproduzindo preconceito e discriminação na sociedade tendo como foco a mulher. Por exemplo ainda ouvimos frases como esta: ‘mulher agredida que não denuncia, é porque gosta de apanhar’. Na disciplina de sociologia e filosofia estamos justamente desconstruindo esses exemplos por meio de pesquisas e estudo mostrando aos alunos que temos de ser críticos diante de afirmações como essas.
Até chegar a lei - Maria da Penha lutou por mais de 20 anos na Justiça para ver seu ofensor preso, mas não conseguiu. Voltou para casa, mas não se calou e escreveu o livro ‘Sobrevivi Posso Contar”, narrando as duas tentativas de homicídio sofrida pelo então marido e a peregrinação que sofreu na justiça. Até que uma organização feminina teve acesso ao livro e o levou para a Corte Internacional dos Direitos Humanos, na qual condenou o Estado Brasileiro por negligência e omissão e obrigou a criar uma Lei específica para proteger a mulher.
Maria Vai à Escola é iniciado em mais duas escolas de Boa Vista
Na semana em que ocorre 13° edição do Programa Justiça pela Paz em Casa, marcando o dia Internacional da Mulher, lembrado no dia 8 de março, o Projeto Maria Vai a Escola contempla mais duas unidades escolares de Boa Vista. A Escola Municipal Vovó Júlia e a Cunhantã Curumim ambas na zona Oeste da Capital.
O Maria Vai à Escola, é fruto da parceria entre o TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima) por intermédio da Coordenadoria Estadual de Violência Doméstica e Familiar e a Smec (Secretaria Municipal de Educação).
O programa educacional que começou em 2015, voltado aos alunos do 5° ano do ensino fundamental, já atendeu 17 escolas, beneficiando 2.200 estudantes, aplicado em oito aulas em que são abordados em linguagem lúdica e apropriada para a faixa etária, com temas relacionados ao respeito, direitos humanos, desigualdade de gênero, além de informações sobre a Lei Maria da Penha.
Maria Vai à Escola é ministrado por professoras da rede municipal que foram capacitadas nas temáticas, além disso a equipe se reune periodicamente, e ao final do projeto em cada escola, o TJRR realiza a entrega dos certificados aos alunos.