Nesta quarta-feira (23), os desembargadores Ricardo Oliveira, Jésus Rodrigues do Nascimento e o juiz convocado Luiz Fernando Mallet visitaram o abrigo para venezuelanos, localizado na Av. Carlos Pereira de Melo, no bairro Jardim Floresta.
A visita teve como objetivo conhecer a realidade vivida pelos imigrantes do País vizinho e o impacto desse fluxo migratório para o Estado.
O tenente-coronel Boechat, capitão Gustavo, tenente Ângela, sargento Rafael Melo, sargento P. Johnson e sargento Almeida apresentaram aos magistrados as instalações e prestaram informações sobre o funcionamento e rotinas do abrigo.
Segundo informação do tenente-coronel Boechat, o abrigo do bairro Jardim Floresta conta com aproximadamente 640 refugiados e diariamente são fornecidas três refeições, além de atendimento médico básico. “Futuramente o local contará também com profissionais habilitados para ministrarem o ensino da língua portuguesa”, enfatizou.
Os desembargadores e o juiz convocado puderam observar que em toda a extensão do terreno destinado ao abrigo, foram encontradas barracas fornecidas pela Organização das Nações Unidas/ONU, e sobre estas grandes toldos fornecidos pelo Exército, cuja função é amenizar o calor proporcionando aos imigrantes um certo grau de conforto.
A tenente Ângela informou que atualmente o Estado de Roraima dispõe de nove abrigos, sendo oito na capital e um em Pacaraima - cidade de fronteira com a Venezuela. “Na capital, temos abrigos nos bairros Nova Canaã, Pintolândia, Jardim Floresta, Hélio Campos, Tancredo Neves, São Vicente, Santa Tereza e no Centro, onde funcionava o local de eventos Palácio Latife Salomão, sendo estes dois últimos temporários”, disse a tenente informando que os abrigos são frutos de uma parceria entre o Governo Federal, a Organização das Nações Unidas/ONU e o Exército Brasileiro.
Toda a verba utilizada para criação e manutenção desses abrigos é repassada pelo Governo Federal, ficando a cargo do Exército Brasileiro o apoio logístico de, dentre outras coisas, segurança e distribuição dos alimentos.
“Esse trabalho só poderia ser feito pelo exército, que não reclama de tempo ruim e trabalha com afinco e sem hora extra”, destacou tenente-coronel Boechat, informando que a ONU intensificou o chamado “processo de interiorização” ́- Ação que consiste em solicitar apoio aos demais Estados brasileiros para abrigarem os venezuelanos, para que estes possam ter oportunidades de emprego e vida digna”.
Recentemente foi criado o Centro de Referência ao Refugiado e Migrantes, localizado dentro da Universidade Federal de Roraima (UFRR), nesta Capital.
Esse centro de referência é coordenado pela ACNUR - Agência de refugiados do alto comissariado da ONU, e funciona ofertando serviços, tais como: solicitação de documentação, encaminhamento para outros atendimentos, como de saúde ou educacional, bem como integração dos cidadãos venezuelanos e de outras nacionalidades que vivem no Estado.
Além deste Centro, serão inaugurados dois Postos de Triagem de imigrantes, sendo um na capital e outro em Pacaraima.
Nesses postos serão realizados serviços como vacinação dos imigrantes, checagem de documentação, avaliação de perfil, cadastro dos imigrantes que tem interesse em ir para outro Estado etc, destacou o tenente-coronel Boechat.
O juiz convocado Luiz Fernando Mallet indagou quanto à receptividade dos venezuelanos em relação à acolhida dos brasileiros. A tenente Ângela disse que os imigrantes venezuelanos demonstram “claramente estarem agradecidos pela ajuda humanitária recebida.
O Magistrado Luiz Fernando Mallet ressaltou que “atitudes solidárias como essas são extremamente importantes, uma vez que estabelecem uma Cultura de Amizade entre os dois países”.
*Com informações da CGJ
Boa Vista, 25 de maio de 2018
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