Há algum tempo, a palavra inclusão está na moda. Porém, só é necessário utilizar esta palavra na prática, pela falta dela em tantos ambientes públicos e privados, tecnologias, educação, saúde e principalmente, empatia na consciência de que pessoas são diferentes, possuem limitações e características que merecem ser respeitadas, na adaptação e acesso de todos.
Pensando nisso, o ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio teve pela 1ª vez a sensibilidade de entender que os surdos precisam de provas com sua língua principal que é a LIBRAS e por isso, lhes proporcionou provas em vídeos, com os sinais necessários para a sua compreenção.
O Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, por exemplo, é o pioneiro neste Estado a fornecer oficinas aos servidores, denominada “Praticando as Diferenças”. As atividades por meio de dinâmicas mostraram de uma forma simples, o quanto é difícil a comunicação com pessoas surdas, o quanto essas pessoas precisam que a sociedade conheça a linguagem de sinais, para melhor inclusão dos surdos; sendo eles cidadãos comuns com os mesmos direitos dos demais, que escutam e falam.
Essas oficinas estão abertas à comunidade e escolas. Basta enviar um ofício ao Núcleo de Comunicação do TJRR. Entendemos que é através da empatia em se colocar, nem que seja momentaneamente, no lugar das pessoas com deficiência, que melhor as compreenderemos e assim, proporcionaremos uma acessibilidade correta e capaz de acolher a todos.
É necessário que a educação dos surdos saia do Centro de Capacitação de Surdos: CAS, para outros órgãos como o TJRR e principalmente para todas as salas de aula.
Sua importância se fez presente na redação do ENEM deste ano, e por falta de entendimento das capacidades dos surdos em estudarem e aprenderem, muitas pessoas não souberam desenvolver a redação, cujo tema era: A Educação de Surdos.
Os surdos, diferente de outras deficiências, não precisam de adaptações arquitetônicas como os deficientes físicos; não precisam de pessoas que leiam para eles, nem de provas em braille, ou acompanhantes, como os cegos. Todavia, os surdos querem que a prova tenha LIBRAS: língua brasileira de sinais. Língua esta de fácil compreensão, que não usa artigos, as vezes nem preposições, possuindo simbologia própria, a qual os surdos utilizam com facilidade.
Os surdos com suas especificidades têm o cognitivo preservado, são bem inteligentes e capazes de estudarem e se formarem no curso que desejam, tornando-se ótimos profissionais. Mas para isso, é necessário que lhes sejam fornecidas condições adequadas.
Abramo-nos as diferenças e acolhamo-nos os desiguais, pois também nós somos; merecendo todos um lugar ao sol.
A palavra inclusão deve num futuro próximo, ser abolida. Quando a acessibilidade e sensibilidade ideal existirem e naturalmente todos tiverem seu espaço, não haverá mais exclusão para que a inclusão seja necessária.
*Vera Sábio
Servidora do TJRR
Boa Vista, 7 de outubro de 2017
Núcleo de Comunicação e Relações Institucionais - Nucri
Escritório de Comunicação