O Tribunal de Justiça de Roraima, por meio da Vara da Infância e Juventude, realizou nesta manhã (18), audiências concentradas no Centro Socioeducativo - CSE. Ao todo, 17 processos de adolescentes que cumprem medida socioeducativa foram analisados, sendo que a maioria obteve o benefício de progressão e extinção de medida.
Ao final 5 adolescentes tiveram progressão de medida de internação para possibilidade de atividades externas, 2 tiveram progressão de medida socioeducativa para liberdade assistida, 4 tiveram a medida extinta e 6 adolescentes tiveram a medida socioeducativa mantida.
Antes da realização das audiências, o juiz titular da Vara Parima Veras reuniu os jovens e os pais para uma palestra motivacional reforçando o poder familiar e reatamento do vínculo afetivo. “Quanto aos adolescentes, eles percebem que podem mudar a perspectiva de vida e focar em objetivos positivos para não perderem a liberdade novamente, resgatando a vontade de realizar os sonhos e de poder terminar os estudos ou até mesmo cursar a faculdade” afirmou
Ainda conforme o magistrado o encontro com os pais contribui para que os jovens não voltem a cometer o ato infracional. “A maioria tem problema de drogadição. São dependentes químicos e eu costumo dizer que se eles passaram mais de seis meses dentro do centro sem usar droga, então é possível fazer um esforço para não usar mais, porque o ato infracional está diretamente ligado com o uso da droga, seja porque a pessoa perde os limites ou porque o ato é cometido com o fim de adquirir recurso para comprar a droga. Tudo isso influencia a prática do ato infracional” afirmou.
Parima afirmou que muitas vezes os laços afetivos são quebrados e os pais acabam sofrendo com a realidade vivida pelos filhos. “As vezes os pais nem querem que o filho saia da internação, com receio dele voltar a cometer o ato infracional. E nós tentamos recuperar os laços afetivos nesses encontros, fazendo com que os pais acreditem que houve mudança de comportamento e que eles podem colaborar para que essa mudança continue e o jovem se sinta acolhido e amado em casa”.
O magistrado aponta que esse diálogo tem trazido retornos positivos. “Os pais costumam dizer que o diálogo ajuda muito. Além disso, vários adolescentes egressos do CSE já pediram pra falar comigo para dizer que estão estudando ou trabalhando e alguns já até construíram família. É claro que nós não temos 100% de sucesso, mas temos alcançado um número significativo de adolescentes que não voltaram mais” concluiu.
Audiências Concentradas - Uma forma de avaliar as medidas socioeducativas além de agilizar a pauta de audiências da Vara da Infância, uma vez que reúne em um só lugar toda a equipe envolvida sem a necessidade de deslocamento dos adolescentes ou realização de intimações.
Boa Vista, 18 de agosto de 2017.
Núcleo de Comunicação e Relações Institucionais – Nucri
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