O evento foi realizado durante os dias 22 e 23 de março, reunindo no primeiro dia representantes de escolas municipais e estaduais, e no segundo dia, entidades públicas (saúde, segurança, assistência social, ambiental), privadas (ONG’s, associações), filantrópicas (igrejas, grupos de mútua ajuda, comunidades terapêuticas), entre outras.
O presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, desembargador Jésus Nascimento, esteve presente no segundo dia da ação e destacou a importância do evento ao aproximar o judiciário cada vez mais da população.
"A Vepema é importantíssima para ressocializar as pessoas que cometem delitos, evitando a reincidência, para que não se tornem criminosos mais graves. A Vepema está de parabéns pelo evento. Eu vi o auditório cheio, isso me deixou feliz, de as pessoas estarem se aproximando do Poder Judiciário ou o Judiciário estar se aproximando das pessoas, tudo no mesmo sentido, que o Poder Judiciário atue em prol da sociedade”.
“Foi muito gratificante ver que a sociedade está se envolvendo nessa questão das penas alternativas e isso é muito importante para nós, manter a proximidade e o diálogo entre todas as instituições”.
Cerca de 350 entidades fazem parte da rede de apoio da Vepema, recebendo os cumpridores de penas alternativas. Maria Cristina do Nascimento é supervisora do Lar Fabiano de Cristo, uma das 30 Organizações Não Governamentais (ONG’s) parceiras da Vara. Segundo ela, é extremamente importante a realização periódica desses encontros para que se possa sanar dúvidas em relação ao apenado.
"É um evento fundamental para nós, que somos parceiros, podermos executarmos a nossa parte na parceria, de forma mais contento daquilo que é missão de cada uma das instituições. É um evento que ocorre uma vez por ano, mas é de fundamental importância para a gente, que temos algumas dúvidas na relação, então quando nós temos a possibilidade de estar junto a equipe da Vepema, tirando, dirimindo questões, isso é muito importante”.
Dos cumpridores de penas alternativas, 26% cumprem medidas devido a eventos envolvendo o trânsito, 19% crimes contra a fauna e a flora, 13% ao uso e tráfico de drogas, 12% desobediência e desacato, 8% furto, 7% ameaça, injúria, difamação, calúnia e lesão corporal (inclusive casos de Maria da Penha), além de 8% de crimes relacionados a violação de domicílio, apologia ao crime, maus tratos, portes de armas de fogo, atos obscenos, falsa identidade, etc.
O evento contou também com relatos de apenados e ex-apenados em relação às penas alternativas. M. faz parte dos 78% dos homens que cometeram crimes de menor potencial. Ele comenta que o cumprimento de pena na Associação Anjos de Luz o fez enxergar de outra forma a prestação de serviços à comunidade, e diz que pretende continuar atuando como voluntário mesmo após o fim da pena.
“A medida alternativa multiplica a tua humanização, porque quando você começa a cumprir a tua pena alternativa, ela mostra que você pode ajudar as pessoas muito mais do que você costumava ajudar”.