Trabalho em conjunto com as comunidades busca combater o abuso sexual, gravidez na adolescência e suicídio entre crianças e adolescentes
Fotos: TJRR
A 1ª Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) desenvolverá um programa para combater abuso sexual, gravidez na adolescência e suicídio entre indígenas macuxi e wapichana. A primeira reunião para tratar do tema foi realizada com representantes das comunidades indígenas Canauanim, Tabalascada, Malacacheta e Jacamim (Jacaminzinho), município do Cantá.
O juiz titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Parima Dias Veras, explicou que a unidade decidiu intervir após pedido de ajuda de tuxauas da região. Ele detalhou que a comunidade vai participar ativamente tanto do planejamento quanto da execução das ações.
“Para não tomarmos decisões sem conhecer o contexto, fizemos uma reunião para traçarmos estas metas a partir das necessidades das comunidades indígenas”, mencionou.
Ficou definido um plano de ação em conjunto com as comunidades envolvidas e instituições presentes no encontro. Entre as metas estão a criação de uma rede de proteção formada por membros da comunidade e a nomeação “agentes de proteção” voluntários. Também serão realizadas oficinas de produção artesanal, e incentivo à produção agrícola familiar e atividades de esporte e lazer.
Encontro
O primeiro encontro para execução do projeto foi realizado realizado no dia 1º de fevereiro deste ano, na comunidade Malacacheta, no malocão central da comunidade. Além do Juiz Titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Parima Dias Veras, e lideranças, conselheiros e agentes de saúde indígenas das comunidades, participaram servidores da Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social do Estado de Roraima (Setrabes), membros do Conselho Tutelar e servidores do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município do Cantá-RR.
As discussões foram orientadas ao combate à gravidez entre crianças e adolescentes, abuso e exploração de menores, consumo de drogas, alcoolismo e suicídio, situações de extremo risco apontadas, com base em dados estatísticos e relatos da experiência entre os membros das comunidades, especialmente entre as comunidades com mais contato com os grupos não índios habitantes dos centros urbanos.
As lideranças e conselheiros indígenas afirmaram que cada comunidade possui diretrizes instituídas que normatizam as práticas no interior das comunidades, mas destacaram que uma rede de proteção conjunta alinharia as diretrizes locais ao Poder Judiciário Estadual.
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