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Imagine poder ler mesmo sendo cego, sentir as palavras de um livro e vivenciar histórias por meio do tato. É em alusão a esse instrumento importante para as pessoas com deficiência visual que em 8 de Abril é comemorado o Dia do Braille.
Vera Sábio tem deficiência visual e é servidora do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR, da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai). Ela destaca que a importância do Braille para uma pessoa cega, é a mesma de um papel de lápis para uma criança
“A importância deste sistema é imensa, visto que para alfabetização de crianças cegas, é comparável ao lápis, ou seja, pode haver quaisquer tecnologias que ajude e facilite a leitura e o estudo. Esse é o maior contato que se tem com as palavras daqueles que enxergam-nas com as pontas dos dedos”.
A servidora disse ainda que o Braille é tão importante para os deficientes visuais quanto às novas tecnologias acessíveis que proporcionam um mundo mais inclusivo para todos. “Podemos hoje enxergar com vários sentidos, pois com a tecnologia é bem mais rápido ver com os ouvidos, ouvindo assim livros, sites, comentários das redes sociais, facilitando a identificação e o aprendizado das pessoas cegas e de baixa visão”.
“A aproximação traz uma nova visão. Pergunte, aproximem-se de uma pessoa cega e saberão a melhor forma de tratá-la. Pois ser diferente também é normal”, finalizou a Vera Sábio.
O Tribunal de Justiça de Roraima possui uma Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão composta pela presidente desembargadora Tânia Vasconcelos, e pelos servidores Aldair Ribeiro, Claudete Silva, Hamilton, Lorrane Costa e Vera Sábio.
Entenda - Em 1824 um garoto francês chamado Luís Braille, que havia ficado cego com um instrumento perfurante, no qual seu pai, que era sapateiro, utilizava para fabricar sapatos.
Depois deste menino tentar aprender letras em relevos, feitas com cordas, grandes e difíceis de manusear, criou seis pontos, posicionados em duas fileiras paralelas de três pontos cada, perfurados e pequenos e pelas junções e combinações dos pontos temos o sistema Braille que até hoje alfabetiza os cegos, mundo afora. O código permite até 63 variações. No Brasil, o sistema é adaptado para a língua portuguesa desde 2002.