A juíza Maria Aparecida Cury, titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência e a pedagoga Aurilene Moura, participaram na manhã de hoje (31) da Audiência Pública promovida pela Câmara Municipal de Boa Vista, para discutir ações e políticas públicas no enfrentamento e combate à violência contra a mulher.
A magistrada falou sobre os 11 anos da Lei Maria da Penha e disse que a Lei tem sido fundamental no combate à violência contra a mulher. “Precisávamos de uma lei que reconhecesse que a realidade da violência doméstica, não se resume a agressões físicas, mas envolve também as violências psicológicas, patrimoniais e morais, que podem deixar nas mulheres, marcas tão dolorosas e profundas quanto a agressão física” disse.
Ainda conforme a juíza, atualmente um dos pontos a ser melhorado é a capacitação de profissionais que atuam no atendimento às pessoas que sofrem violência. "As vítimas acabam passando por uma recepção deficitária, as vezes até com discriminação, por falta de compreensão que as fazem se sentir culpadas pela agressão que sofreram” afirmou.
Já a pedagoga Aurilene Moura falou sobre os serviços e a rede de atendimento. Conforme Aurilene, embora as instituições que trabalham na área sejam bem atuantes, a exemplo da Delegacia da Mulher, Defensoria Pública, Ministério Público e o próprio Judiciário, não há um serviço, em rede, fortalecido.
“Nós temos mais de 270 mulheres sendo acompanhadas com medidas protetivas, mas não temos pra onde encaminhá-las para atendimento psicológico e social que possa amparar essa mulher. Precisamos fortalecer essa rede. Só mudaremos essa realidade por meio de ações preventivas. Usar somente a repressão, não é um método eficaz”, afirmou.
Boa Vista, 31 de agosto de 2017
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