Com intuito de promover habilidades em desenhos e artes, e assim incentivar a regularidade nas práticas de leitura, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), em parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (SETRABES), por meio do Programa Leitura Abre Portas, promoveu uma Oficina de História em Quadrinhos (HQ’s), no Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz, nessa quinta-feira, dia 13 de junho.
A ação contou com a participação de jovens e adolescentes do CSE, que cumprem medidas socioeducativas, e foi mediada pelos quadrinistas roraimenses Alice Lyra e Rhafa Porto, sendo realizada na sala de Treinamento do Centro.
Segundo a integrante do programa Leitura Abre Portas do TJRR, Madrice Cunha, bibliotecária do Tribunal de Justiça, desde da execução do projeto no CSE, observou-se que a literatura de HQs, ou histórias em quadrinhos é uma das prediletas entre os jovens que participam e, por isso, foi pensada na oficina de HQ’s, com o intuito de fomentar a leitura e despertar suas habilidades de produção de histórias em quadrinhos.
“É uma oficina de HQs, que os adolescentes mais se identificam, e nós trouxemos o Rhafa Porto e a Alice Lyra, que são dois especialistas no assunto e está sendo muito legal. E a gente está incentivando, promovendo a cultura e o incentivo à leitura e a ressocialização desses jovens e adolescentes”, destacou a integrante do PLEAP/TJRR.
O processo criativo de elaboração de histórias em quadrinhos envolve uma complexa combinação de imaginação, planejamento e execução técnica. A quadrinista e responsável pela oficina de HQ´s no CSE, Alice Lyra, ressalta que o processo de elaborar as HQ´s envolve muito mais que técnica; requer uma imaginação aguçada como processo criativo.
“O processo de fazer quadrinhos é bem mais complexo do que a gente imagina, e ele é para todo mundo. Qualquer pessoa pode fazer os quadrinhos. E é muito legal, muito divertido participar, ensinar como é que faz isso, porque tem muitas etapas e a proposta de fazer os quadrinhos é realmente levar a leitura, a escrita, o desenho, para vários tipos de público”, disse a quadrinista.
Durante a oficina, os jovens puderam aprender dinâmicas de desenho, conhecer as variadas formas de HQ’s e técnicas e para a elaboração das histórias em quadrinhos. Para o quadrinista e professor de artes visuais, Rhafa Porto, desenvolver a oficina com os jovens e adolescentes do CSE, reforça a ocupação da arte nas mais variadas formas de espaços socioeducacionais.
“É muito interessante trazer essas oficinas para esse tipo de espaços, para fazer essa ocupação, justamente para mostrar como as histórias em quadrinhos têm esse papel, esse poder transformador das pessoas, seja para consumir, se entreter, ou seja para construir, uma vez que a criatividade é uma coisa inerente do ser humano e é muito gratificante”, ressaltou o quadrinista e professor de artes visuais.
A oficina de HQ´s no Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz é um pré-evento para o lll Caminho Literário do Socioeducativo, do CNJ, que ocorrerá no mês de julho de 2024, promovido pelo Programa Fazendo Justiça, em parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o Programa das Nações Unidas, e o apoio do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). Segundo o assistente técnico estadual do Programa Fazendo Justiça do CNJ/PNUD, Alisson Messias, a iniciativa possibilita o acesso à cultura e a construção da diversidade no Estado de Roraima.
“Essa ação faz parte do Terceiro Caminhos Literários, e essa ação está fomentando o acesso à cultura desses adolescentes, e que eles consigam não só acessar a cultura, mas também expressar a sua cultura e construir a diversidade que a cultura tem aqui no nosso estado. Então isso vai impactar positivamente na vida deles, na saúde mental e construir também novas possibilidades”, pontuou.
A agente socioeducativo do CSE, que está responsável pelas ações do III Caminhos Literários no Socioeducativo de 2024, Nazaré Saraiva, falou da importância do evento.
"É um mundo que eles vivenciam aqui, são as leituras diárias que eles fazem, é o que eles mais gostam de ler, são as histórias em quadrinhos, e isso contribui também pra imaginação deles, e a ansiedade também, que quando eles estão lendo, ajuda muito, porque eles ficam muito ociosos alguns momentos", finalizou.
A oficina contou com a participação da coordenadora do Programa Justiça Comunitária, Marcelle Wottrich, do assistente técnico da Coordenadoria da Infância e da Juventude CIJ/TJRR, Josué Teles, da chefe de Gestão Documental do TJRR, Lorrane Pereira da Costa, da agente socioeducativa do CSE que é a responsável pelo III Caminhos Literários no Socioeducativo de 2024, Nazaré Saraiva e da assistente social do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (GMF/TJRR), Débora Nóbrega.
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Texto: Eduardo Haleks/Repórter
Fotos: Nucri/TJRR
Nucri/TJRR – junho/2024