O juiz da Vara da Infância e Juventude, Parima Dias Veras, está realizando reuniões com vários órgãos da capital com o objetivo de traçar estratégias que possam reduzir o índice de atos infracionais cometidos no Residencial Vila Jardim, localizado no Bairro Cidade Satélite, zona oeste de Boa Vista.
Conforme o magistrado a estimativa feita pela Polícia Militar é de que existem atualmente 10 mil moradores no residencial, sendo que desses, 4 mil, são crianças e adolescentes. Veras afirmou que a maioria desses jovens acaba passando a maior parte do tempo sozinhos, uma vez que os pais possuem terreno no interior do Estado, e essas crianças e adolescentes ficam em situação de vulnerabilidade.
“Temos tomado conhecimento que alguns jovens estão realizando furtos. Eles sobem pela tubulação de gás dos apartamentos e descem os objetos com cordas feitas com lençóis, além das situações de uso de drogas. Já fizemos reuniões com a Polícia Militar que já realiza um bom trabalho na localidade, além de representantes de moradores, Conselho Tutelar e Codesaima” informou.
A orientação do juiz é que qualquer ato infracional cometido seja informado à Polícia para que o Juizado da Infância e Juventude tome as providências cabíveis, que podem ir desde uma liberdade assistida, a prestação de serviço à comunidade ou até mesmo medidas protetivas.
Conforme o juiz é importante identificar e atuar no sentido de evitar que esse jovem volte a delinquir.
“Não podemos deixar de intervir em atos infracionais leves. Quando esse adolescente já progrediu na prática do ato infracional, ficam mais difíceis as intervenções, pois temos que adotar medidas mais severas como a internação no Centro Socioeducativo – CSE”.
A Vara da Infância e Juventude tem atuado em várias frentes, conversando com os pais e com os síndicos do residencial Vila Jardim. O magistrado informou que existem vários problemas na localidade, uma vez que os moradores não estão acostumados a residir em apartamentos, não sabendo como se portar num ambiente coletivo.
“Temos algumas reuniões previstas com os síndicos dos prédios, que vamos chamar de Colégios de Síndicos. Será um momento para orientar essas pessoas, e com elas traçar estratégias de como trabalhar com essas crianças e adolescentes que estão em situação de risco e que estão cometendo atos infracionais” afirmou o juiz.
Ainda conforme o magistrado será feita reunião com a secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Simone Queiroz, para a inserção desses jovens em programas sociais, bem como, apresentar a necessidade de aumento na demanda de profissionais sócio instrutores e sócio educadores.
Boa Vista, 25 de julho de 2017.
Núcleo de Comunicação e Relações Institucionais – Nucri
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